Esta página tem por
objectivo homenagear o Poeta e Músico Pradense, ADOLFO FERNANDES PINTO (DA LOUSA) - de nome próprio Adolfo Fernandes
Pinto; Lousa é o Lugar da Vila de
Prado onde viveu a maior parte da sua vida. Este nasceu em 16 de Junho de 1926
e faleceu em 30 de Janeiro de 2001.
Este poeta e músico,
paraplégico desde a idade dos dois anos, devido a uma paralisia infantil, teve
um percurso exemplar e paradigmático, visto que ultrapassou as imensas dificuldades
da sua deficiência física e pôs-se ao serviço dos outros, dando explicações,
bem como aulas de viola, violino, bandolim, cavaquinho, viola braguesa e todos
os instrumentos de corda, totalmente gratuitas, a todos quantos queriam
aprender. Daí que, a sua querida Casa da Lousa, ainda continuar a ser chamada e
(re)conhecida por muitos como “o primeiro Conservatório de Música da Vila de
Prado”.
Mas não parando por aí,
Adolfo da Lousa, como era conhecido, também escrevia poesia e colaborava em
vários jornais do concelho de Vila Verde, Braga, Ponte de Lima, Viana do
Castelo, etc.
Dos muitos poemas escritos, alguns foram publicados em 1999, no supra referenciado livro Vozes da Nossa Terra.
Após
o seu falecimento, e a título de reconhecimento por tudo que fez pela sua terra
natal, uma das ruas da Vila de Prado adoptou o seu nome.
Pode ler-se na proposta
de atribuição do seu nome a uma Rua da Vila de Prado o seguinte: “… Passou toda a sua vida nesta freguesia
mas a sua maior parte foi vivida no Lugar da Lousa em casa da família. Foi aí
que desenvolveu uma acção meritória com várias gerações, de jovens a quem
ensinou a desenvolver o gosto pela música e a tocar viola, bandolim, cavaquinho,
violino e todos os instrumentos de corda, sem nada pedir em troca. Nestes
momentos incutiu nos jovens valores sociais e morais que muitos aproveitaram.
Foi, também, aqui que o seu estro poético produziu muitos dos seus poemas com
especial relevância para os que versavam sobre a sua terra amada. São, de
facto, inúmeros os poemas dedicados à Vila de Prado através dos seus topónimos,
gentes, costumes, tradições ou lendas, constituindo, assim, um referencial
cultural inestimável e merecedor de todo o nosso apreço. Personalidade ímpar
que cantou a sua amada terra como ninguém. … Ficou para a posteridade o seu
livro de poemas “Vozes da Nossa Terra” (1999).
Personagem conhecida de todos os pradenses pelas suas
deambulações pela freguesia, Adolfo Fernandes Pinto deixou imensa saudade e é
merecedor da nossa estima colectiva …”.
Mas
deixemos a última palavra ao poeta Adolfo, através deste poema:
A Alma do Poeta
“O poeta foi criado por Deus
para interpretar a Sua obra”
A alma dum poeta
É de rara subtileza:
Sente a vida da
Humanidade
E o poder da
natureza.
Vive como um asceta,
Cantando a fé e a saudade;
Narra a beleza dos
céus,
Sofre do povo a
maldade
E sublima o amor de
Deus.
Adora a tristeza e alegria,
Escreve, sorri e
chora,
Pede o pão de cada
dia,
Para os que a fome
devora;
Almeja para todos
perdão,
Justiça, paz e
ventura,
E quando chega o seu
fim,
Só deseja uma oração
E um ramo de jasmim
Sobre a sua
sepultura.
(Do seu livro Vozes da Nossa Terra, edição da Junta
de Freguesia da Vila de Prado, 1999, p.113).
Partilhem as histórias que viveram com o Sr. Adolfo connosco!
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